Transculturalidade: transmigrações e transmutações. Interfaces Brasil/Canadá e Vice Versa
In: BERND, Zilá (Org.). Imaginários Coletivos e Mobilidades (Trans)Culturais. Texto apresentado no Colóquio Brasil/Canadá: mobilidades (trans)culturais nas Américas, realizado em março de 2008 no Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
"TRADUTOR NÃO É TRAIDOR": NANCY HUSTON E A AUTOTRADUÇÃO
Um verdadeiro escritor não escreve para ser célebre, nem para descolar um prêmio, nem para enriquecer, nem para dizer o que pensa, nem para ensinar a verdade aos outros, nem para melhorar o mundo. Escreve para aumentar o mundo, para empurrar as fronteiras. Escreve para que o mundo seja desdobrado, arejado, irrigado, interrogado, iluminado por outro mundo, e daí se torne habitável. Para isto é que o escritor traduz. O que nunca é uma coisa fácil.
Texto publicado em "Mobilidades Culturais: agentes e processos" (p. 265-283), livro organizado por Ivete Lara Camargos Walty, Maria Zilda Ferreira Cury e Sandra Regina Almeida. Belo Horizonte: Veredas & Cenários, 2009, 340p. ISBN 978-85-61508-08-1. Resumo: As migrações internacionais impuseram-se como um fenômeno de primeira ordem ao longo do último século. Sua repercussão intensificou-se neste século XXI, incidiu nas dinâmicas social, política, de integração, nos processos culturais e nas relações internacionais. Qualificado como país aberto, de imigração, primeiro no mundo a proclamar-se oficialmente multicultural, em 1971, é impossível conceber o Canadá sem levar em conta ou destacar a questão da migração, que ocupa um lugar pioneiro na gestão dessa nova complexidade social e cultural. Essa migração, entretanto, não é unicamente geocultural, ligada ao deslocamento de um território em direção a outro. Ela também é de natureza ontológica e simbólica, uma vez que caracteriza o deslocamento do próprio sentido e do ser, na íntima experiência da alteridade. As metamorfoses da literatura contemporânea em escritores que não são propriamente migrantes, as reflexões a respeito da experiência do exílio são vividas na língua e nas profundezas da sensibilidade, onde são experimentadas verdadeiras passagens de fronteiras. Nesta perspectiva serão examinadas representações na produção literária de expoentes brasileiros e canadenses da contemporaneidade.
A FRANCOFONIA NO CANADÁ: AUTORIAS INCONTORNÁVEIS DA LITERATURA QUEBEQUENSE
Artigo publicado em Intercâmbios Brasil/Quebec. Circulação de saberes, organizado por Cláudio Cledson Novaes e Licia Soares de Souza, p. 105-117, publicado pela Universidade Estadual de Feira de Santana, em 2009, 136 p.
In: FIGUEIREDO, E. Conceitos de literatura e cultura. Juiz de Fora: Editora UFJF/Niterói: EdUFF, 2005, p. 125-141. Termo marcado por múltiplas acepções, valorizado pelos realinhamentos globais e pelas turbulências ideológicas que se iniciaram há algumas décadas e se estendem até hoje, o conceito de "entre-lugar" torna-se particularmente rentável a partir dos anos setenta para reconfigurar os limites difusos entre centro e periferia, cópia e simulacro, autoria e processos de textualização, literatura e uma multiplicidade de vertentes culturais que circulam na contemporaneidade e ultrapassam fronteiras, fazendo do mundo uma formação de entre-lugares, cujas variantes e múltiplas acepções são examinadas neste capítulo.
DALVA NA RUA MAR, DE CARMEN DA SILVA. VERBETE MULATA. DICIONÁRIO DE PERSONAGENS AFROBRASILEIROS
O "Dicionário de personagens afrobrasileiros", organizado por Licia Soares de Souza é um instrumento de trabalho docente que põe em cena as principais figuras literárias dos séculos XX e XXI na prosa narrativa e em algumas obras poéticas e musicais, e em contos populares infantis. Com a implementação da Lei 10.639/03, do Parecer no.3 e 4, do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Resolução CNE/CP 01/2004, que instituíram a obrigatoriedade do ensino de História da África e das Culturas Afro-Brasileiras nos currículos das escolas públicas e particulares da Educação Básica, a organizadora observou que poderia criar esse dicionário capaz de servir de ferramenta para professores e pedagogos. Sabendo da necessidade da implementação de projetos pedagógicos que caminhem na perspectiva da Lei 10.639/03, oferece aos leitores o primeiro trabalho relativo ao inventário dos principais personagens de origem africana, enfatizando a forma como eles vivem e problematizam as transferências culturais advindas dos confrontos entre afro-brasileiros e os descendentes de europeus.
A Interfaces Brasil/Canadá n. 11, com o tema "Brasil/Canadá:diversidade e imaginário coletivo. As Américas em diálogo", está em circulação no Brasil a partir de 9 de junho, quando foi lançada durante a reunião anual da Mesa Diretora da ABECAN, realizada em Salvador, atual sede da Associação Brasileira de Estudos Canadenses. Fórum de diálogo multidisplinar privilegiado entre professores, pesquisadores e escritores canadenses e brasileiros, a Interfaces Brasil/Canadá, hoje classificada pela CAPES Qualis A 1 na área de Letras, é acessada em vários países do mundo. A editoração da revista, de 2004 a 2011 pela Editora da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), esteve em suas versões impressa e online sob nossa responsabilidade à frente do Corpo Editorial, também composto pelas professoras Zilá Bernd, que criou a revista, e Eloína Prati dos Santos. Até o número 11 são 155 colaboradores. Estão disponíveis na página www.revistabecan.com.br 142 artigos e 38 resenhas, bem como a chamada para o próximo n. 12, com a editoração das professoras Maria Bernadette Velloso Porto, Eurídice Figueiredo, auxiliadas por Arnaldo Vianna Neto, da Universidade Federal Fluminse (UFF).